«Sou um caos. Egocentrismo, Auto-destruição, auto-psicologia. As coisas no meu cérebro não encaixam. Preciso de ar ao mesmo tempo que preciso de respirar outras coisas. Nunca hei-de conseguir ser aquilo que quero realmente ser, porque, além de tudo, não sei o que quero ser. Sei uma coisa: sou paradoxal.
Aquilo que não quero fazer são as primeiras coisas que faço, o que quero fazer não arranjo coragem para o fazer. Tudo o que há de errado, mesmo que saiba que não fui eu a fazê-lo, penso: “Será que não fui eu a fazê-lo?”
O abismo, a queda infindável persistem em não abandonar o meu imaginário. Sinto o espírito mastigado. Ás vezes sinto este pequeno mundo que construí, à minha volta, a desfazer-se. Se ele desmoronar, não me resta nada. E às vezes sinto que há pouco que possa fazer para o impedir de desabar.
Tento pseudo-progredir com a esperança que o mundo mude. Mas no final do dia, eu continuo a ser um caos.»
Já tive dias melhores, sim.