quinta-feira, 18 de junho de 2009
Noite
segunda-feira, 25 de agosto de 2008
As Borboletas
O mundo agora tem cores. Cores vivas. As cores de uma coisa outrora banal têm outro reflexo, outro brilho. As coisas mais simples têm um sabor diferente e especial. Um toque, uma palavra fazem a diferença em tudo e fazem com que a pele se arrepie e o coração acelere… e saiba tão bem. Saber lidar com elas custa… “primeiro estranha-se e depois entranha-se”. E assim, o bater frenético das suas asas no nosso estômago mexe com tudo, com todas as partes do corpo, com todos os sentidos. As pernas ficam mais fracas, as mãos tremem, a face cora. O cheiro desperta sensações e memórias, a audição sente o bater rápido do coração, o paladar sente o gosto do outro, o tacto a sua pele e tudo isso desperta em nós um arrepio, um sorriso, uma vontade de dizer tudo o que sentimos ali, de gritar ao mundo como é bom. O quotidiano é vivido com ansiedade. Ansiedade de não conseguir aproveitar todos os minutos, todas as horas, ansiedade de dizer ou fazer algo que possa interromper abruptamente aquele esvoaçar.
E muitas vezes dói e custa e é irracional. E lutamos contra elas e pensamos que podemos viver sem elas, mas na verdade não passa de uma ilusão. É senti-las que dá sabor aos nossos dias, é o que nos faz acordar de manhã, é o que nos faz suportar tudo de mau o que possa acontecer no mundo. É aquele abraço, aquele beijo ao fim do dia que nos faz sentir seguros mesmo que o mundo à nossa volta se desmorone. E por mais irracional que seja, por mais loucuras que tenhamos de cometer, não conseguimos viver sem elas. Passamos por tudo, porque são elas que nos alimentam a alma.
E no entanto pode ser corrosivo. Podemos acabar um dia a sentir que por sua causa já nada nos resta no espírito. Podem-nos deixar a pensar que não vale a pena se não as sentimos. Podem tirar a esperança, essa que é a última a morrer.
No entanto, há-de surgir o sol por entre as nuvens, e os seus raios a despontar hão-de começar a iluminar uma existência já sem vontade de continuar. É alimento e é a fome. É ambíguo. Mas que seria de nós sem elas?
imagem retirada do site olharesnocorpo.blogspot
sábado, 26 de julho de 2008
Família.
Este trouxe mais mudanças do que eu esperava. Acima de tudo, o grupo que mudou a minha vida, o motor das mudanças deste ano: a minha escstunis. Na verdade nunca sabemos o que o futuro nos traz. E eu nunca imaginei que me trouxesse a escstunis. Mas ainda bem que trouxe, ainda bem que veio, ainda bem que tanta coisa mudou, porque mesmo o que veio de mau me ajudou a crescer e a olhar melhor à minha volta.
(nunca subestimando, obviamente, todos os outros apoios, esses já sabem quão importantes são :)
sexta-feira, 30 de maio de 2008
Ela
Neste momento da minha vida, não me imagino a viver sem ela. Sem chegar a casa e tê-la, nem que seja para falar sobre as coisas mais banais e mais fúteis de sempre. Com ela, até essas conversas têm sentido. Aliás com ela, até a conversa mais porca de todos os tempos pode ter sentido. Tudo tem mais sentido com ela. Havemos de viver assim pra sempre, a cozinhar porcaria, a dizer porcaria, a fazer porcaria, porque somos felizes assim, porque com isto tudo esquecemos os maus momentos. E mesmo quando os há, as conversas sérias trazem a ambas uma paz de alma… Por isto tudo, não imagino a minha vida sem ti.
Adoro-te Raquel.
segunda-feira, 14 de abril de 2008
Luzes
E nesta altura há um turbilhão de luzes, e eu tenho medo de não saber lidar com eles, nunca soube, sempre as consegui ir apagando pouco a pouco. Não estou no vazio, mas tenho medo de cair nele. No fundo, tudo o que tenho é medo. Medo de não ter estas luzes. Não as aproveito tendo medo que elas se extingam.
Mas agradeço tê-las, aguento-me graças a elas.
domingo, 9 de março de 2008
Esquizofrenia
«Sou um caos. Egocentrismo, Auto-destruição, auto-psicologia. As coisas no meu cérebro não encaixam. Preciso de ar ao mesmo tempo que preciso de respirar outras coisas. Nunca hei-de conseguir ser aquilo que quero realmente ser, porque, além de tudo, não sei o que quero ser. Sei uma coisa: sou paradoxal.
Aquilo que não quero fazer são as primeiras coisas que faço, o que quero fazer não arranjo coragem para o fazer. Tudo o que há de errado, mesmo que saiba que não fui eu a fazê-lo, penso: “Será que não fui eu a fazê-lo?”
O abismo, a queda infindável persistem em não abandonar o meu imaginário. Sinto o espírito mastigado. Ás vezes sinto este pequeno mundo que construí, à minha volta, a desfazer-se. Se ele desmoronar, não me resta nada. E às vezes sinto que há pouco que possa fazer para o impedir de desabar.
Tento pseudo-progredir com a esperança que o mundo mude. Mas no final do dia, eu continuo a ser um caos.»
Já tive dias melhores, sim.
terça-feira, 5 de fevereiro de 2008
Vazio
O que penso eu do mundo?
Sei lá o que penso do mundo!
Se eu adoecesse pensaria nisso.
Que ideia tenho eu das cousas?
Que opinião tenho sobre as causas e os efeitos?
Que tenho eu meditado sobre Deus e a alma
E sobre a criação do Mundo?
Não sei. Para mim pensar nisso é fechar os olhos
E não pensar. É correr as cortinas
Da minha janela (mas ela não tem cortinas).